* Lembro de ter dito numa dessas conversas comigo mesma que estar naquela inércia sentimental - onde não se sofria parecendo que nunca ia passar, nem se amava com todo o fogo queimando dentro de si - era tão vazio e muito pior do que a imensa dor que se sente (aquela mesmo que se a voz tivesse força igual, acordaria a vizinhança inteira, essa mesmo) quando os teus sonhos e planos não vão na direção que tu imaginava. Querendo ou não, há algo doce nessa tristeza causada sempre por sentimentos uma vez bonitos e fortes. Tem sempre algo de bom na tristeza, mesmo que não se note. Logo depois vem a força e a superação. E tem que saber lidar sem se tornar amargo, se tem. É o mais difícil. Não se retrair. Tou tentando me manter aqui intera, firme e forte, pra logo estar disposta a dar a cara pra bater de novo de novo e de novo, mas por enquanto, vou continuar aqui no meu esconderijo mesmo - aqui fora mesmo, onde todos podem ver.
* E nem posso dizer que estou triste porque, na realidade, não tenho tido tempo pra ficar triste. É correria, minha gente, é vida. É aquela coisa de não parar para não pensar. Isso que nem muita gente faz e eu por tanto tempo me recusei a fazer. Mas, às vezes, é só o que cura. E, embora algumas vezes bela, a tristeza precisa ser curada. A tristeza, a saudade, a vontade. Eu nunca estive melhor, você sabe bem, mas tem coisas que a gente disfarça quando precisa de um pouco de atenção.
* "Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso…”
Lembrei dessa. E essa do Renato Russo me lembra aquela do Caio F. "Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltarão. [I]Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais[/i]".
* "porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."
* Mas no fundo, pessoal, no fundo tudo isso é amor. Amor de menos, amor demais, amor faltando, mas, de qualquer forma, amor. [i]E por que não falar de amor, repetir as palavras se no fundo é só isso que vale a pena?[/i]
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3 comentários:
Aquela vontade de querer estar sempre por perto, aquela felicidade de estar com ele, aquele vazio que ele deixa quando vai embora. Por que ele raramente dá notícias? Você fica a esperar uma ligação ou a esperar ele dizer que quer vê-la, que está com saudades. Ai como dói.
Saber que você está fazendo tudo que é possível para que ele desfrute estar ao seu lado. Você é a pessoa mais espontânea, mais divertida, mais bonita que você consegue. E ele gosta. Naquela intimidade, você olha nos olhos deles e vê que ele gosta de você, que talvez até te ame. Então você pensa... “por que não viver essa alegria todos os dias? Posso pelo menos esperar ter isso no futuro? Então que passem os dias correndo, pra que eu possa viver com plenitude.” Pois só ao lado dele você se sente completa.
E são raros os convites dele.. mas como recusar?
Eu não consigo descrever o que sinto tão bem como você Mayah.
Você tem um dom, escreve com a alma. É uma boa pessoa, tem bom coração, isso é evidente em seus posts.
Passei por um caso, muito semelhante ao teu. (acho até que o dito cujo é teu amigo, mas não vem ao caso). O fato é que dei um basta, não posso mais sair com ele, dói demais depois.
Sei que ele é a pessoa mais maravilhosa do mundo. Mas quando a vontade de vê-lo for grande vou recorrer as lembranças da dor que ele me causou. E a vontade vai passar, e eu vou ficar muito bem. Tenho certeza. Preciso viver minha vida, sabe. Conhecer outras pessoas, e não compará-las sempre com ele.
Mayah, eu nem te conheço e já te admiro guria. Fica bem, de coração, e continua sempre a escrever.
sério, muito obrigada. fiquei boba aqui. mesmo :~
(boba e curiosa, diga-se de passagem. quando quiser se revelar, pode me procura :P)
Ah, entendo que eu tenha incitado curiosidade.
Mas também, não poderia deixar de comentar.
Mais para que soubesse, que tudo que fazemos repercute em alguém. Tem consequência, tem algum impacto.
E foi assim comigo.. eu lia seus posts e pensava “uau, eu penso igualzinho”, e mesmo quando isso não acontecia, algo me transformava, algo me abria os olhos.
Na boa, tu escreve com uma sensibilidade e uma espontaneidade única.
Prometo que se algum dia cruzar com você em algum lugar, eu paro pra conversar. E me “revelo”, por assim se dizer. É o que posso fazer.
Até lá espero ler muitas coisas boas em seu blog (embora sabemos que nem sempre isso é possível).
Fica bem e escreva sempre.
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